Ciclicamente leio referências ao declínio dos blogues. Não sei do que estão a falar. Suspeito que confundem moda com declínio. Talvez se possa dizer que os blogues deixaram de estar na moda. Mas o que não se pode dizer, seguramente, é que estão em declínio. Como se avalia esse declínio é, por sua vez, uma longa conversa.
A tese do declínio, aliás, tem sido colocada em relação às diversas plataformas das redes sociais. E, no entanto, ainda recentemente, o Twitter foi um êxito na sua estreia em bolsa. Adiante. Na verdade, ainda que este texto possa transmitir a impressão contrária, o suposto declínio dos blogues, os que abordam a política nacional e os outros, não me tira o sono, nem me preocupa.
Este blogue, por exemplo, tem actualmente 200 a 300 leitores por dia. Podia ter 100 ou 1500 que para mim era exactamente igual. Os blogues sempre foram um fenómeno de minorias e sempre tiveram públicos limitados, ainda que alguns eventualmente tivessem alguma influência. Nada mudou nesse capítulo. Os blogues continuam a ser um fenómeno de minorias e alguns têm alguma influência.
Actualmente as expectativas e as ambições de alguns bloggers e antigos bloggers serão mais modestas em relação aos blogues. São eles, porventura, os grandes defensores da tese do declínio. Acontece que o problema não está, nem nunca esteve, nos blogues, mas sim nas suas ambições iniciais e no seu desconhecimento da realidade. Esses entusiastas com expectativas desmedidas, entretanto, tiveram uma grande desilusão, mas os blogues nunca saíram do mesmo sítio.