É indiscutível que a comunicação social portuguesa atravessa um período de crise prolongada. Crise que, no imediato, ainda estará para ficar. No entanto, o próximo ano promete algumas mudanças a seguir com atenção e interesse. Pedro Santos Guerreiro é um dos melhores jornalistas portugueses e vejo por isso com agrado e expectativa a sua nomeação para a edição digital diária do Expresso. A entrada de António Mosquito e de Luís Montez no capital da Controlinveste levará a que seguramente rolem cabeças. Num grupo em crise profunda, João Marcelino é o candidato mais óbvio a deixar o lugar, mas não será seguramente o único.
Adicionalmente poderão existir mais mudanças no panorama mediático, igualmente a prometer ajustes nas placas tectónicas da comunicação social portuguesa e arredores. O Expresso noticia que António Carrapatoso e Alexandre Relvas poderão lançar um novo jornal. Veremos. Pessoalmente interessa-me mais a possibilidade, igualmente noticiada pelo Expresso, de Rodrigo Moita de Deus avançar com uma versão portuguesa do Huffington Post.
Projectos em reestruturação e novos projectos no horizonte. Com o mercado publicitário ainda em fase de contenção, com as vendas em declínio e sem que se tenha ainda encontrado uma alternativa de modelo de negócio viável, a sustentabilidade financeira dos actuais e futuros projectos é uma autêntica incógnita. A não ser, claro, que haja vida para além do negócio da comunicação social no seu perímetro mais imediato.