quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Guiné-Bissau: a surpresa, surpreendente

As Forças Armadas, pura e simplesmente, não respondem perante o Executivo. Elas mandam no Executivo. Elas estão no Executivo. O relatório, consequentemente, será uma ficção inconsequente. Alguém acredita que haverá exonerações ou processos disciplinares, eventualmente judiciais, na sequência do que sucedeu?
Estamos a falar, convém recordar, de um Governo que emergiu na sequência de um golpe de Estado em 2012. O enésimo. Um Governo interino que se arrasta no tempo, sem autoridade ou legitimidade, e totalmente controlado pelos autores do golpe militar.
As notícias sobre o aumento do tráfico de droga a partir de 2012 e sobre a utilização da Guiné-Bissau como placa giratória são recorrentes. A novidade, agora, é a sua utilização pelas redes que lucram com o tráfico de refugiados, porque tudo neste caso aponta para isso. Se houvesse vontade da parte das autoridades de Bissau seria muito fácil perceber quem está metido nisso e quem lucrou com este episódio, mas tenho a certeza que o 'surpreso' Olívio Pereira não quer meter as mãos nesse vespeiro.