Não me recordo de outro Governo em que as remodelações fossem em regime contínuo. Poderá ter existido, mas não me lembro de algo parecido. Naturalmente, nada impede o Primeiro-Ministro de remodelar quando entende ser o momento adequado. Se quisesse, Pedro Passos Coelho poderia remodelar um ministro ou secretário de Estado a cada 15 dias, ou todos os meses. Esta é uma matéria da sua exclusiva competência, aliás de acordo com a Constituição. Isto dito, no plano político, este entra e sai revela uma inexplicável falta de planeamento e de gestão da sua equipa governamental. Se assim não é, na verdade parece.
Acresce que nem as circunstâncias verdadeiramente excepcionais dos últimos dois anos e o desgaste que implicou explicam esta remodelação permanente. Estas remodelações aos pingos são puro improviso, sem qualquer tipo de controlo de calendário ou de estratégia política. Um fenómeno negativo, por consequência.